Luar no Sertão
Clara Arruda
Rio de Janeiro – Brasil
É noite. Nem uma leve brisa nem uma nuvem no céu.
Olho a imensidão de um solo batido, ressequido.
Por um momento deixo escapar um soluço.
O grito de socorro que é jogada ao léu.
Atrevo-me na busca de um liquido precioso,
Será miragem meu Deus?
Água! Mas é apenas um sonho
Ilusão de igualdade desse mundo desumano.
E lá vou seguindo a imensa fila
Baldes vazios, humanos desvalidos
Mas eu prossigo, não desisto diante da solidão
Se água não tenho, tenho o luar mais bonito do sertão.
E é nesse luar que deposito a esperança,
De ver jorrar um dia água em abundância.
Ver nascer no sertão mais que plantas e flores
Ver nascer um sorriso nos lábios de uma criança.
O quadro exposto já foi vendido.
Giclee sob encomenda dessa obra.